Tenho 3 filhos e hoje é o dia do D., fazia 5 anos, é o “do meio”. Hoje é o dia que se pode falar nele. Como se precisasse de dia e hora marcada para chorar... Mais que falar do D., preferia abraçá-lo, tê-lo nos meus braços, crescer com ele e rir e darmos mil beijos... Ele mora no meu coração, no meu pensamento, dentro de mim e enquanto assim for, não morrerá.
Se tenho saudades? Mais que mil!
Se me esqueço? Nunca, por um segundo que seja!
Se dói? Dói mais que tudo!
Mas NUNCA, nunca vai deixar de doer e nem o tempo tem esse condão. “Parece que estou cada vez pior” - disse a D. Augusta da aldeia da Pena, que vende mel e faz meias e também perdeu a filha (já adulta) há 5 anos. É, há fases assim…
Cais e bates no fundo, mas é isso que te levanta. Porque já aprendeste que fingir que a dor não existe só a prolonga mais. Enfrentas a tempestade de frente, porque sabes literalmente que a bonança vem de boleia e sentes! Sentes esse calor, o amor, essa paz que vem de dentro.
Cresces, abres os olhos para o que é realmente importante e sim, páras para cheirar as rosas, corres com os teus filhos no parque, andas descalça onde queres e sentas-te a ver o mar, pelo simples prazer que isso traz. Ris-te bem alto e cantas e danças em qualquer lugar, como se ninguém estivesse a ver. Abraças apertado e olhas no olhos e quando gostas, dizes.
Porque o tempo não volta para trás. A vida é hoje. E o amanhã? Amanhã ninguém sabe como será…
Obrigada a todos que me dão amor e carinho e me permitem ser verdadeira com o que sinto, só assim faz sentido viver.
Amo-te sempre filho.
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